“Muitas pessoas faliram por ter investido maciçamente na prosa da vida.

É uma honra arruinar-se por causa da poesia.”

Oscar Wilde

quinta-feira, abril 12, 2012

Hotel Rwanda

Hotel Ruanda, ou Hotel Rwanda como em seu título original, conta a história de Paul Rusesabagina, gerente de um hotel cinco estrelas, localizado em Kigali, capital do país centro-africano. Ele leva uma vida confortável junto de sua família e mantém relações sociais bastante amistosas com pessoas deveras influentes por conta de seu cargo executivo.


Após o fatídico acidente que culminou com a morte do presidente Juvenal Habyarimana, de origem hutu, a vida de Rusesabagina e de todo o país mudaria drasticamente; esse fato marcou o início de um dos momentos mais tristes da história, que acarretaria o assassinato de aproximadamente um milhão de pessoas em pouco mais de cem dias.


O filme foca o período em que a milícia ruandesa, formada por hutus, decide exterminar a minoria tútsi, assim como seu posterior conflito armado com rebeldes tútsis que haviam invadido as fronteiras ruandesas, vindos de Uganda, onde estavam exilados.


Em meio à desgraça, ao ódio e à intolerância, surge o personagem principal, que muda a forma com que o mundo enxergaria o conflito; Paul, que é hutu, é casado com Tatiana, de origem tútsi, e têm quatro filhos: Roger, Diana, Lys e Tresor. Sua luta, inicialmente, é pela sobrevivência de sua família e de seus amigos mais próximos.


Para os milicianos genocidas, Rusesabagina, é visto como um traidor por abrigar e defender “as baratas”, forma pejorativa que usavam para se referir à minoria.


Com a fuga dos cidadãos estrangeiros, retirados do país pelas forças militares europeias, o hotel se transforma em um campo de refugiados em meio à carnificina que ocorria fora dos muros do Lês Mille Collines. Nenhuma superpotência ou organização mundial enviou qualquer tipo de auxílio aos ruandeses, sendo que o efetivo militar das Nações Unidas, em meio ao ápice do massacre, era de 300 soldados, que já estavam no país antes do início da crise e agora precisavam proteger aos cidadãos, que eram perseguidos, em toda sua extensão territorial.


Rusesabagina utilizou a proximidade que mantinha devido aos mimos e às posteriores propinas oferecidas ao general do Exército Áugustin Bizimungu, para negociar a segurança nos arredores do hotel, o que impediu a invasão e consequente morte das 1.268 pessoas que estavam sob sua guarda. Esses refugiados, posteriormente, foram transportados de forma clandestina, por veículos das Nações Unidas, para além das linhas rebeldes, que avançavam encurralando a milícia, o que os deixou a salvo da ira dos facões e das foices inimigos.


O filme é excelente e deu a Don Cheadle uma indicação ao Oscar de Melhor Ator, como o intérprete de Paul Rusesabagina, que hoje vive com a família em Bruxelas, na Bélgica, e ficou marcado para a história como o Oskar Schindler de Ruanda.


Direção: Terry George


Elenco: Don Cheadle, Sophie Okonedo, Joaquin Phoenix, Nick Nolte


Duração: 121 minutos


Maiores detalhes sobre a história de Ruanda podem ser obtidos em: http://multifocais.wordpress.com/2011/08/27/dos-desastres-da-colonizacao-ao-genocidio-de-ruanda-2/


Eduardo Candido Gomes


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