Contemplo,
em meu claustro,
revoadas
que buscam pelo
próximo verão,
aljôfares que
correm de encontro ao mar,
enquanto brisas ousadas
murmuram-me
confidências ao
pé do ouvido.
“O que penso
eu do mundo?
Sei lá o
que penso do mundo”,
assim como
desconheço o
que sinto;
sei, contudo, que sinto,
e isso me basta…
Arrisco, baldado,
olvidar-me, definitivamente,
de rigorosos alvitres
que me dilaceram…
recordes
de elegantes
lábios escarlates
que bailam ao
ritmo de Gardel,
de olhos
tão intensos que
inebriam com a
violência de fadas
impressionistas,
de curvas
tão fartas que se
tornam perigosas
(VÓRTICES DE EMOÇÃO!)
silhuetas sinuosas
em que desejo
me encontrar
e me perder.
Arrisco e falho!
o sei, de certo;
sobra-me, pois,
diante de persistentes
reveses,
degustar o céu
azul-outono
embebido pelo saibo
doce-amargo
de amores
impossíveis.
Eduardo Candido Gomes
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